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A compreensão narrativa de 'O Poço'.

  • Foto do escritor: CADRINE
    CADRINE
  • 1 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Filme lançado em 2019.




Desencadeado em uma dinâmica de autocrítica social, o filme O Poço, é uma analogia personificada de duas vertentes: A primeira é a sociedade e suas cadeias sistemáticas atribuídas a hierarquia social vertical, que mesmo com a ideologia de ascensão nada mais é do que uma perfeita ilusão para quem está no fundo, nos níveis sociais mais baixos da cadeia alimentar, sendo assim, são alimentados por esperança e ilusão de uma mudança, de que aqueles que estão acima um dia os ajudarão a chegar no topo.

Já por outro lado, a segunda vertente comparativa é quando ao personagem Dom Quixote, que é representado na narrativa por meio do objeto escolhido pelo coadjuvante principal. Tanto os aspectos físicos quanto a representação fenotípica de um mundo cheio de mudanças são atribuídas ao personagem, a fim de tornar o livro como fundo principal para a verossimilhança da trama melodramática em O Poço.

Quanto aos outros personagens componente da narrativa, é perceptível enxergar a criação da obra assimila um poço, cujo valor exato de plataformas é 333, e a cada plataforma tem-se duas pessoas, nas quais não se conhecem e de características fortes, cada qual a seu modo busca sobreviver aquilo. Alguns estão ali porque era a única opção, outros já se voluntariaram como foi o caso de Goreng, mas todos eles têm algo em comum: buscam por sua libertação, por uma perfeição. Seja um diploma, a liberdade, a cura do câncer.

Trimigasi representa a ganancia e busca pelo poder, fortalecendo assim, o sistema corrupto.

Imoughari, é o oposto de Trimigasi, com o seu altruísmo ela tenta a todo custo impor métodos que acha que farão com que todo um sistema estrutural poderá mudar, no entanto, o sistema a engole, a consome e retira tudo de si. Mas porque tanta bondade? Pela sua culpa, por já ter enviado pessoas para o poço quando ainda pertencia a Administração.

Barahat tenta junto com Goreng dividir a comida com os demais, todavia, seu método impõe medo e terror nas pessoas, isto os leva a ser agressivos e até mesmo matar pela sua causa.

Por mais sugestivo politicamente que o filme seja em nenhum momento ele de fato nos mostra que existe um sistema eficaz, seja o capitalismo abordado pelo nível 0, em busca de uma perfeição imbatível, ou seja o socialismo de Goreng e Barahat, o sistema não faz das pessoas heróis, em algum momento o que é bom pode ameaçar os seus interesses e as quebras acontecem.

A ideologia socialista por meio de opressão é enfiada goela abaixo para manter a causa.

Por fim, temos a garota, representada por todo a pureza e ingenuidade, ela está no nível mais baixo do poço, e Goreng ao encontra-la tem a ideia de subir para o nível 0 com ela, mas depois ele compreende que já não é capaz. Pois, já não é mais como uma criança, já se acometeu nos pecados e perdas. E por que uma criança?

As crianças representam a invisibilidade diante de uma sociedade política, em conflitos e na miséria. E toda a negligência de figuras como Imoughari, mesmo com seus privilégios ainda desconhecem os maiores sofrimentos do mundo. Miharu, a mãe da menina é uma imigrante, ela e a filha são representadas como mudas, para configurar e enfatizar que a figura dos imigrantes é despercebida pelos demais.

Miharu, advém de guardar, viajar, proteger a mensagem, para isso a personagem faz de tudo para guardar sua filha e fazer com que ela seja a mensagem contempladora do sistema cruel. Não há respostas no fim, pois não há solução para o estado atual da sociedade.

 
 
 

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