Cartas escritas de madrugada #2
- CADRINE
- 23 de jun. de 2019
- 1 min de leitura
Sinto que estou falhando com o papel de poeta,
Sinto que sou tomado por inspirações alheias,
Sinto conflitos em minhas próprias palavras.
Já nem sei se sei mas isso ser
Será que me perdi em escrever
E como muito se diz, nada se sente
Cá estou de novo, incompreendida
Aleatória, ermitã, perdida
Sob os meus próprios eu’s
Presa ao que acabei de tecer
Tenho medo de ser mais você
Aquele que ler e bebe de mim
Do que ser eu mesmo
Será que desaprendi a escrever?
Não posso, ou teria que de novo
Voltar ao meu antigo ser e
De novo sofrer.
Eu que já não sei quem sou
Ou aonde estou, terei que novamente
Sentir a dor de quem deveras mente
Será que vou ter que voltar
Resgartar-me no passado e
Abrir as feridas a punho?
Aqui estou eu sem entender
Incompreendida por minhas próprias palavras
Jogada ao leu, perdida, nesse mar
Imenso de sentimentos
Tão grande que só de imaginar
Já me perdi de novo.
Essa dor que não me atinge
E aos poucos me golpeiam, também as minhas palavras
Que só parecem um emaranhado sem complexo ou sentido
De um zé ninguém, alguém perdido
Seja amor ou amigo, incompreendido
Nefasto, abandonado, maldito
Por vezes insolente e faminto
Seja de sentimentos ou de trigo.
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