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Cartas escritas na madrugada #1

  • Foto do escritor: CADRINE
    CADRINE
  • 21 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de ago. de 2019



Me desculpe pela fraqueza humana de ter dentro de mim uma imensidão de coisas para te dizer e só conseguir chegar ao patamar de trocar duas palavras. Por mais que o medo tome conta de algumas noites minha, em que me ponho a chorar sobre o travesseiro e sinto toda aquela dor de ter que te perder de novo mais uma vez para as ironias da vida, e olha só eu aqui novamente tentando entendê-las na mísera falha de que tudo na vida há um grande propósito, até mesmo a retirada dela.

E por mais que eu queira tanto te pedir desculpas pela minha ausência, pela a má filha que tenho sido, por te fazer pensar que eu não me importo, apesar de que me importo tanto que sei que quando o dia da sua partida chegar vou me sentir culpada por todas as conversas que não pudemos ter, por todas as vezes em que eu deveria ter largado um dia da minha rotina sem noção pra poder ver como você estava, e mesmo que antes eu estivesse me dedicando e indo te visitar, sinto que por minha causa as coisas entre nós regrediram.

Verdadeiramente me perdoe por não saber demonstrar o amor que você precisa, ou chegar a te dizer as palavras que incentivo que você necessita ouvir, fique tranquila eu as tenho, eu as ouço, eu zelo por ti, e rezo para o dia em que poderemos ser francas, onde vou te entregar todas essas cartas longas e cansativas que no meio da madrugada sempre acabo por escrever. Então eu vou te abraçar e te dizer que em mim também há medo de ti perder, por mais que não tenhamos muito contato você fez tão parte da minha vida quanto eu da sua, e ambas estamos orgulhosas uma da outra por termos chegados a onde estamos, você por ter visto a mulher que me tornei e eu por ver a força como você tem encarado as durezas da vida.

Saiba que tudo isso, todas essas dificuldades estão me ensinando sobre ser mais humana comigo mesmo, com as pessoas ao meu redor, e que muitas vezes deixamos pequenos grandes detalhes passarem despercebidos, mas agora não, agora estou tomando as rédeas de manter a minha essencial, de voltar-se resiliente e humana para o próximo, para a família. E há tanto tempo eu não entendia o significado de viver intensamente os dias do presente, pois saiba que tudo isto me faz deitar todos os dias refletindo e até mesmo sonhando em um mundo em que eu teria muito dinheiro para te ajudar.

Todavia há coisas na vida que o homem como um ser capitalista jamais pode comprar: saúde e família.

 
 
 

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