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Cartas escritas na madrugada #11

  • Foto do escritor: CADRINE
    CADRINE
  • 6 de set. de 2019
  • 1 min de leitura

Mãe...


Algo me diz que você ainda está aqui, apesar de não poder te tocar, ver o teu riso fundo, teu olhar desconfiado e ao mesmo tempo certeiro de que para tudo há esperança. Eu ainda te sinto todas as noites aqui, mas também sinto falta da sua cadeira no centro da sala, só a espera de mim. Sinto falta das tuas festas, de te fazer surpresa, de comemorar cada ano teu riso se renovando mais e mais. Sinto que você ainda deveria estar aqui, que seu lugar conosco ainda se permanece intacto. E hoje eu sinto como em nenhum outro dia que tudo deveria ser festa e comemoração, nossa, quanta falta uma única pessoa faz na vida de tantas outras.


Sinto que meu peito se invade de saudade, sinto que todo tempo do mundo para me despedir ainda não seria bastante. Sinto muito pelas pessoas que me conheceram e não puderam te conhecer, sinto muito pelas pessoas que já te esqueceram, pelas que desrespeitaram cada pedaço de ti.


Sinto que todas as vezes, em todos os anos, só terei lembranças de um você que não vai estar aqui para contar as histórias desse dia, dia esse que já fomos tão tão felizes, e que nunca medimos esforços para fazer menos do que você mereceu.


Com imenso amor, da sua filha que sente saudades de te ver gritando para colocar o lixo para fora.

 
 
 

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