Meu rolo de câmera escreveu pequenas histórias por mim, cada lembrança que poderia naquele segundo todo ser o último de nossas vidas, foi. Tudo que era passível de escapar entre um sopro e um vento, agora já partiu. Foram momentos marcados, cada medo e choro na madrugada, da vez que abri mão de algo importante pra te ver, de quando comemoramos seu aniversário pela última vez, e saber que você queria uma cerveja ao invés de um chá. Essas fotografias jogadas aqui pela memória de um celular, hoje me fizeram lembrar do quanto o tempo passa, e que nessa correria toda já fazem 12 dias que o mundo perdeu você.
O rolo de câmera quis me fazer lembrar de algo que eu ainda não esqueci e nem sei se posso esquecer, pelo o meu jeito culpado de ser, não irei. Eu as quis manter aqui comigo, todas essas fotos de você, eu as quis para sempre lembrar e não mais esquecer.
Eu imagino que tipo de conversa paira sobre você e minha mãe, será que tentam puxar minha orelha juntas, ou será que torcem por cada conquista minha? Será que daí você consegue enxergar os feitos de hoje. Parece que quando tudo sai da fotografia e se concretiza aqui, na cama fora do lugar, seus pertences encaixotados, a voz trêmula das pessoas ao falar de você. É tão irreal como você se apagou assim de repente da nossa vida e só restaram essas lembranças na mente.
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