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COISA MAIS LINDA - COMO 1959 FALA TÃO BEM DE 2019

  • Foto do escritor: CADRINE
    CADRINE
  • 25 de mar. de 2019
  • 4 min de leitura

"Servia meu marido todos os dias com um copo de Whisky, eu queria ser a pessoa com um copo de Whisky na mão." - COISA MAIS LINDA.



Fonte: Retirada da internet.

Há 60 anos atrás Coisa Mais Linda mostra que de certa forma o tempo não passou para as mulheres, que mesmo sendo décadas a frente a revolução ainda é se faz presente, podemos perceber que mesmo com todo este espaço-tempo, e o patriarcado tem sendo volúvel, no entanto as relações humanas atravessam as décadas independentemente de qual seja a circunstância.

Heather Roth e Giuliano Cedroni, tiveram a missão de criar a série Coisa Mais Linda, como sendo uma produção original da Netflix. Não espere ver a seguir informações sobre o elenco ou detalhes de produção e composição da série, isto você pode encontrar em qualquer lugar, mas aqui viemos dar visibilidade ao que a produção realmente quis mostrar durante a trama.


A produção ganha o marco de ser a 6ª série estritamente nacional que estreia na Netflix, se passando nos anos de 1959 coisa mais linda é uma série de época doce e suave, capaz de envolver seus espectadores com a trilha sonora e o interesse pela a história de 4 mulheres excêntricas, diferentes e com modos de viver extremamente peculiares, mas que sofrem e vivem as dificuldades por um único motivo, porque são mulheres.


Fonte: Retirada da Netflix Brasil

A série conta a vida de Maria Luiza – Malu –, Adélia, Thereza e Ligia, onde todas elas acabam cruzando suas vidas para enfrentarem as dificuldades que é ser mulher na sociedade. Marcadas pelo preconceito e o ponto cego que põe até os dias atuais a mulher em uma situação difícil, a de ter que escolher entre a carreira e a vida pessoal, ao longo de 7 episódios os autores buscaram mostrar como a mulher é vista por fazer e sem que ela quer, tanto no quesito familiar quanto fora do seu lugar habitual.


A personagem Malu caracteriza-se como uma típica paulista que vai ao rio de janeiro encontrar seu marido e sofre um golpe, fazendo com que ela obtenha a ajuda de Adélia e se apaixone pelo o ar que o rio de janeiro transmite, por ser no final da década de 50 a cidade ainda era a capital do país e permeava seus tempos áureos.


Já Adélia, uma mulher negra que sofre preconceitos e mediante as situações não tem tempo para sofrer suas mágoas. Ao contrário de maria Luiza a personagem Adélia é mãe solteira e sofre fortes preconceitos em seu local de trabalho.


Ligia é a típica mulher da sociedade que se casou com augusto, um político rico e bem reconhecido que não admite que sua mulher cante, mesmo sabendo que está sempre foi a paixão de Ligia ele a proíbe de em quaisquer situações ser cantora. Ela sofre com a concessão dentro do relacionamento, e também com a violência doméstica que o marido impunha.


Thereza, é uma mulher à frente de seu tempo, característica por sua liberdade sexual no relacionamento, trabalha em uma revista de moda para mulheres, que escreve sobre mulheres, onde ela é a única mulher, e é em diversas vezes comparada aos homens por eles serem mais “inteligentes e focados”.


Fonte: Retirada da Netflix Brasil

Cada uma das personagens apresenta suas singulares e debatem a respeito da figura da mulher como vulgar em algumas situações, seja pela escolha de cantar ou por assumir o lugar de abrir um negócio como um homem, situações como estas em que elas eram independidas de concluir só pelo o simples fato de serem mulheres, Malu retrata a mulher a mercê de um negócio, pois havia nenhum homem que pudesse pedir empréstimo ou assinasse os papeis do nigthclub para ela. A busca incessante pela igualdade de gênero entra como pauta e está inserida em situações tal quando Malu vai até um bar pedir uma bebida forte e o garçom a traz uma bebida leve, um drink “pina colada” que remete a fragilidade e ao fato de ser mulher, pois entrelinhas diz-se que mulher não toma bebida forte.


Cada uma dessas pequenas sutilezas desempenhas no cotidiano não vão cansando conforme vão se passando por isso. Outro ponto a ser bastante destacado é a forma reflexiva como a série traz sobre assuntos como aborto e amizade.


Na amizade é perceptível uma construção em que uma ajuda a outra, independente de elas terem as suas diferenças, e a forma como elas veem a vida. Uma acaba dando suporte para outra, ensina a serem mais unidas nesses aspectos, só uma mulher sabe o que passa no dia a dia. A maturidade de determinada situações, quando a gente tira força de onde não tem mais, é por isso que esse suporte é necessário.


Por fim, e não menos importante, o atrativo suave e delicioso que canta e encanta todos os episódios é a bossa nova sendo descoberta, no auge dos tempos de ouro do rio de janeiro, em que a fotografia e música combinam plenamente afim de representar o fundo amarelado e o quão as protagonistas são as mulheres, e os homens estão ali com a função de orbitar perante elas.


Segundo entrevistas ao canal oficial do Youtube Brasil Netflix os autores afirmaram que o protagonismo feminino é a visão que eles desejavam por conta das diversas versões masculinas de histórias que já foram contadas, no entanto a produção da obra traz um que meio contraditório ao pontuar apenas duas mulheres como parte integrante dos cargos de produção da série.


Sim, nós queremos ver, ouvir e saber que as mulheres participam de fato das histórias, mas em um todo, diga-se de passagem, que Coisa Mais Linda é definitivamente a melhor série inteiramente nacional que foi feita até então, assista e se delicie com a bossa nova ao ser tocada pelas lutas femininas que perduram até os tempos modernos.


Obs.: algo que me chamou a atenção foi a relação de Adélia e Malu por que ao mesmo tempo que ambos são diferentes, elas aprendem a escutar e entender o universo uma da outra, chegam a se ancorarem e encorajarem deixando para traz a ideia de que a diferença é um sinônimo da distância. As personagens postulam o ato de saber ouvir mais uns aos outros apesar das adversidades.


 
 
 

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