Precisamos falar de narrativas negras incorporadas na sociedade como Representatividade
- CADRINE
- 9 de jul. de 2020
- 2 min de leitura

Quando os negros/pretos anseiam por serem mencionados, reconhecidos e respeitados, não é apenas no âmbito do racismo. Nós não estamos aqui para sermos citados apenas em narrativas que retratem o racismo, estamos aqui porque queremos ser de fato inseridos na sociedade. Obras como “Olhos que condenam”; “Destacamento Blood” e “Dias sem fim”, mesmo que sejam uma visão sobre o quão a hegemonia de achismos e preconceito dos brancos se sobressai a da cultura negra, nós precisamos abrir os olhos para enxergar além das facetas de sofrimento.
Ser negro não se trata só de sofrimento e racismo, foram os negros que introduziram o jazz, o hip hop, o samba, e tantas outas coisas que hoje se consomem. Ser negro por mais que pareça ser um fardo, não é. A verdade é que mesmo os negros light skins (de cores mais claras) sofrendo com a exclusão e os olhares estranhos, a gente sabe que isso existe, mas a gente não quer se rotular a isso.
Os negros querem ser reconhecidos, contar suas histórias e receber o devido valor por isso, afinal é uma busca constante pelo nosso lugar. E ter cuidado ao consumir a cultura negra é sim de suma importância, em narrativas como “Agua e Sangue” a gente finalmente tem um elenco majoritariamente negro/preto que não trata sobre racismo. É preciso normalizar a figura negra, para que as pessoas possam se familiarizar e ter acesso e conhecimento de que nem tudo é sofrimento, luta e dor.
É preciso relatar mais do negro na educação, na música, na arte, no pop, na literatura, nas escolas, nas entrevistas, e principalmente na política. Levantar bandeiras é preciso? Sim, e muito, mas consumir artistas, profissionais e trabalhos negros é mais necessário ainda, a inserção acontece por esse caminho.
E por falar em inserção, nós só estamos tentando conquistar o que não foi nos dados com a tal “Carta de alforria”, pois, a liberdade veio, mas as condições de manutenção para uma liberdade foram totalmente esquecidas quando se trata de negros.
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