TUDO AO CONTRÁRIO
- CADRINE
- 26 de jan. de 2019
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Estranhamente há alguns anos eu soube descrever a dor do luto e uma das fases dela está aqui de frente para nós, a aceitação.

Talvez eu comece, mas isso não significa que vou conseguir terminar isto aqui, isso nem se trata de uma escolha, certamente eu optaria por não sentir nada, nenhuma dorzinha, porém dizem que aprendemos mais e é verdade, nunca se sai de uma sala de tortura sem ao menos ter aprendido como torturar alguém ou se preferir, como não se torturar alguém.
Meu coração tem dentro de si uma dor tão grande que eu seria incapaz de dizer se é somente em um estágio ou em uma relação isolada, eis o ponto em que atingiu tudo, a todos os lados possíveis e alcançáveis. Toda essa dor parou de ser só algo que eu sentia de vez em quando, uma vez por mês, ou quando fulano me decepcionava, mais um para a conta, e se tornou constante, tão constante que quando ela não vem chego até a estranhar, ela é tão, tão minha que passou para algo físico, como se já não bastasse suportar todas as latências na minha mente teria agora de lidar com ela dominando meu corpo.
Tem sido cada vez mais frequente a sua vinda até mim, sinto essa dor horrível em todo lugar, ela parece não querer largar de mim, nem por um segundo e eu me sinto impedida de ir adiante, cada passo me incomoda, dói, arde, lateja como uma pedra na cabeça.
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