A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E DA GRAMÁTICA NA PRODUÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVOS-ARGUMENTATIVOS.
- CADRINE
- 7 de jan. de 2019
- 6 min de leitura

Introdução
O advento da modernidade permitiu ao homem diversos avanços, mas um deles acabou por ser deixado de lado, o desenvolvimento e a importância de sua língua. Como entender, compreender e ser capaz o suficiente para reproduzi-la. Diariamente todas as pessoas fazem uso do gênero textual dissertativo argumentativo, seja através de editoriais de jornal, artigos, ensaios ou monografias. É a partir de dois deles (artigos, monografias) que ocorre a finalização da formação de todos aqueles que cursam alguma graduação no país. Artigos e monografias são escritos a todo vapor por estudantes e pesquisadores. Aqui direcionaremos nosso público alvo para os estudantes.
Desenvolvimento
A leitura pode ser incorporada em diversos aspectos, seja para alfabetização, interpretação, compreensão, entretenimento, aquisição de sentidos, lógica e entre outros. Mas dentre estes aspectos citados os que menos possuem atenção verdadeiramente voltadas para si são os de compreensão e interpretação. É inegável dizer que o país como um todo não oferta um tratamento especial a alfabetização, sim, em todos os lugares do mundo alfabetizar é uma parte essencial do processo construtivo de uma vida social. No entanto, alfabetizar não consiste apenas em ensinar e aprender uma língua, ou como deve-se escrevê-la e a forma como se ler. Se observarmos bem o histórico de alguns alunos em escolas variadas, teremos a oportunidade de ver que muitos deles sabem ler, porém não são tão capazes de interpretar o que se quer dizer em um texto.
Em um âmbito geral a capacidade de ler não está apenas na escolaridade de um indivíduo, ao inserir-se no mercado de trabalho em um futuro próximo a demanda por profissionais que sejam capazes de desenvolver habilidades de compreensão para adquirir conhecimento, fará deles bons profissionais. Pois ler trata-se de decodificar mecanicamente signos linguísticos (MARTINS, 1994, p. 31). A fase em que ler é apenas decodificar ficou no passando, agora as escolas já conseguem identificar as dificuldades dos alunos e estão prontas para transformá-los em acadêmicos capazes de redigir textos fiéis a comunicação. A partir dessa possibilidade de leitura, somos capazes de abrir portas para a imaginação, logo em seguida vem a produção, a escrita.
‘’ Ler, tornou-se então um pretexto para a prática da produção de textos. ‘’
Diante da realidade social que segue a história do país, as escolas oferecem desde cedo uma mínima diversidade de textos, sempre as mesmas aulas que retratam os mesmos livros e produções, isto reduz e limita a capacidade do aluno de criar, interpretar e produzir. Se somos aquilo que lemos e vivemos, um aluno que lê durante sua vida 9 livros terá uma habilidade menor em desenvolver textos argumentativos no futuro ao invés daquele que possuiu um leque maior de opções durante o ensino básico.
A falta de intertextualidade perante os próprios livros que são repassados até as matérias que são aplicadas restringem a probabilidade do uso da língua se fazer efetivo. Portanto, é por meio da intertextualidade que o estudante será capaz de reconhecer os tipos de textos que lhe é apresentado por diversas fases de sua vida.
Em suma a leitura se caracteriza em quatro fases importantes, a decodificação, compreensão, interpretação e retenção.
A decodificação é uma leitura superficial que permite ao leitor relacionar as palavras do texto com sinônimos, é usada para situações corriqueiras que não necessite de um aprofundamento linguístico.
‘’ Segundo Angela Kleiman (1993 apud MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 82), as práticas de leitura como decodificação não modificam em nada a visão de mundo do leitor, pois se trata apenas de automatismos de identificação e pareamento das palavras do texto com as palavras idênticas em uma pergunta ou comentário. ’’
Já a compreensão exige uma atenção maior, requer de o aluno identificar o que o autor do texto quer demonstrar, esta é a forma exata que mostra a interação leitor-autor, alguém que escreve para aquele que pretende ler. Ao assimilar as primeiras duas etapas da leitura o aluno já se torna capaz de interpretar quaisquer textos, ele compreende de forma fácil e absorve os sentidos do texto.
‘’ Para Leffa (apud MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 85), ler é interagir com o texto, considerando-se o papel do leitor, o papel do texto e a interação entre leitor e texto. ’’
Por fim temos a retenção, está é habilidade com a qual o aluno será capaz de armazenar informações, sujeita a analogias, figuras de linguagem, comparações, ou seja, reter tudo que lhe será útil para concretizar o seu texto.
Somente por intermédio da leitura é que se faz legítima a gramática, ao habituar-se com o ato de ler o aluno concretiza a gramática, por conseguinte saberá quando e como usá-las. Desde o início a ideia que ambos andam paralelamente em um mesmo, eis aqui por que a leitura lhe foi mostrada primeiramente. É por meio dela que encontramos as pontes da gramática, a inserção da gramática trabalhada dentro dos textos nas aulas de literaturas ou ao trabalhar paradidáticos faz-se essencial para a boa percepção de uma produção.
Retratar sua importância é relevante, todavia o contexto social atual exige dos estudantes que saibam redigir bons textos e serem bons comunicadores perante uma cultura devidamente imposta por milhares de regras. É necessário da parte do mentor engaranhar-se com recursos didáticos inovadores para obter a atenção vital do discente.
‘’ Não há dúvida de que deve ensinar a gramática normativa nas aulas de língua portuguesa, embora sabe-se perfeitamente que ela em si não ensina ninguém a falar, ler e escrever com precisão (Antunes, 2007 p. 53) ’’.
Ensinar gramática requer desenvolver a capacidade de assimilar regras a textos, conteúdos, oralidade e as condições de ambiente. Não se trata de impor apenas um objetivo, mas sim concretizá-lo, fazer com que por meio da gramática os alunos compreendam amplas formas de linguagem para enfim se tornem seres críticos e longe da ineficácia da reprodução irrefletida. Ela é um instrumento, como tantos outros indispensáveis para fazer bom uso da língua.
Mediante a junção destes dois pilares somente assim um bom educando terá condições para produzir quaisquer textos que lhes forem impostos. Afim de manter-se fiel aos sete fatores da produção de um texto: quanto a sua coerência, coesão, situcionalidade, intencionalidade, informatividade, intertextualidade e aceitabilidade. Por intermédio deles o discente informa com clareza e de maneira sucinta seus saberes amplos e diversificados, mesmo sem possuir um vasto dicionário, baseado em atingir sua intenção, ou seja, seu objetivo para convencer e persuadir a respeito do tema que retrata seu (s) texto (s) dissertativo (s) - argumentativo. Levando ainda em consideração o contexto, seus respectivos receptores e as interferências que podem vir a decorrer, justamente aniquilando-as para compor textos argumentativos mais bem trabalhados.
Conclusão
Está nítido que a leitura é o maior alicerce para chegar a produção de texto, diante dos aspectos, os textos dissertativos-argumentativo são um processo mais complexo ainda, pois exigem uma base fundamental implantada a muito tempo, assim como um dicionário próprio para cada indivíduo, um banco de palavras e o contexto social precisa ser mais abrangente. Juntamente com isso temos a inserção da gramática, mesmo que o ato de ler seja de uma importância irrefutável não existe um produtor textual que domine a leitura, o ato de ler e interpretar sem ter consigo a capacidade de identificar os códigos da gramática e suas regras. A gramática e a leitura são como o sol e a lua ambos se complementam para formar um bom dia, ou seja, um bom texto.
Em síntese o objetivo deste ensaio propôs mostrar o quão devemos valorizar a leitura e a gramática, ainda que a última se mantenha em ângulos bem tradicionais. Cabe ao mestre abordar a gramática de modelos divergentes e inovadores, para encantar seus alunos, não obstante podemos deixar de lado a leitura, que proporciona a aprendizagem dos fatores por fim colocados aqui como fatores da produção textual. Todas estas particularidades são de suma importância adentro do que trabalhamos para desenvolver bem o gênero textual dissertativo argumentativo, já que o mesmo exige um cuidado detalhado e bem presente de seu autor. Visto que este é o gênero que muitos de nós mais temos contato, portanto desenvolver a leitura e aprimorar a gramática inativa que adquirimos com a família é então um alicerce determinante para nos tornamos excelentes comunicadores e escritores.
Referências:
1) MARTINS, 1994, P.31
2) MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 82 - 85
3) Antunes, 2007 p. 53
4) DE JESUS, Michele; LIMA, Assis. Ensino de gramática nas escolas. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/gramatica/ensino-gramatica-nas-escolas.htm
5) Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/texto-base-para-ensino-gramatica.htm
6) RODRIGUES, Eliane. Gestão em foco. A importância da leitura na nossa vida acadêmica e profissional.bshfh
7) DAMASCENO Junior, Raimundo Nonato Silva. A base para o ensino da gramática. 2009. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/texto-base-para-ensino-gramatica.htm
Comments